O carrapato do bovino causa perdas na produção de carne e leite e está associado à transmissão da Tristeza Parasitária Bovina que é a principal causa de mortes de bovinos no Rio Grande do Sul.
Como vive o carrapato?
Os carrapatos, quando se prendem no bovino, são bem pequenos. As larvas são do tamanho da cabeça de um alfinete. Se alimentam de sangue por aproximadamente três semanas, quando viram adultos (fase parasitária)). Depois disso, a fêmea repleta de sangue (tamanho de um grão de feijão), cai no pasto para pôr os ovos. Os ovos originam as larvas que vão infestar os bovinos. Esta é a fase de vida livre que dura de 30 a 70 dias.
Como se Comporta?
No Rio Grande do Sul, o ciclo do carrapato apresenta três gerações: G1, G2, e G3. No inverno, a infestação nos bovinos é baixa.
No início da primavera, os carrapatos sobreviventes do inverno começam a infestar os bovinos. Esta é a primeira geração (G1).
No verão, os carrapatos são filhos dos carrapatos da primavera. Esta é a segunda geração (G2).
A terceira geração (G3) acontece no outono, quando é observada a maior quantidade de carrapatos nos bois e também quando aparecem mais casos de tristeza Parasitária Bovina.
Os terneiros devem ter contato com os carrapatos nos primeiros 3 meses de vida para evitar os casos de Tristeza Parasitária Bovina.
A meta é planejar os tratamentos para reduzir a infestação dos campos com o menor número de tratamento possível.
Como fazer o controle?
O controle do carrapato depende basicamente de três fatores:
1 - Escolha do carrapaticida:
A escolha do produto deve se basear em um teste chamado Biocarrapaticidograma, que fornece informações sobre qual o melhor produto (carrapaticida) para a sua propriedade .
2 - Esquema de tratamento:
A época correta do início de aplicação é quando a população de carrapatos é menor e mais vulnerável (início da primavera). O ideal é usar produtos com diferentes composições entre uma geração (estação) e outra. Evitar tratar terneiros até três meses de idade.
3 - Uso correto do produto:
Procurar orientação técnica para cálculo de doses e formas corretas de aplicação
Não misturar carrapaticidas
Seguir as recomendações da bula dos produtos
Realizar a manutenção sistemática do banheiro
Manter o pH ideal para o produto em uso; Verificar se há entupimento nos bicos de aspersão (em banheiros de aspersão)
Fazer correta mistura da calda (em banheiros de imersão), repassando os primeiros bovinos; Para bomba de aspersão costal, usar 4 a 5 litros por bovino, cuidando para que a aplicação atinja todo o animal, inclusive orelhas e entrepernas
Instruções para coleta e envio de amostras de carrapatos para Biocarrapaticidograma:
Os testes são realizados pelo Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) que é o laboratório oficial do RS. São realizados testes de resistência dos carrapatos aos principais grupos químicos de carrapaticidas disponíveis no Brasil.
COLETA - Enviar 150 a 200 carrapatos adultos (formato grão de feijão), coletados de pelo menos 10 bovinos diferentes, antes do tratamento.
REMESSA - Os carrapatos devem ser colocados em recipientes limpos (garrafas pet, por exemplo ), com pequenas perfurações para a entrada de ar. Este recipiente de ser acomodado dentro de caixa de papelão e remetido imediatamente ao laboratório , em até 48 horas após a coleta.
Endereço para remessa dos carrapatos para Biocarrapaticidograma: Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF - SEAPI) / telefone:(51)3481-3711 Estrada do Conde , n.º 6000 / Bairro Sans Souci Eldorado do Sul - RS / CEP: 92990-000.
O resultado do teste é específico de cada propriedade e não pode ser extrapolado para propriedades vizinhas. Entre em contato com a Inspetoria Veterinária de seu município para maiores informações.